Vampiro - A Máscara
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North Vancouver Cemetery

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Mensagem por Mestre do Jogo Dom Set 16, 2012 2:08 pm

North Vancouver Cemetery Sulzburg-jewish-cemetery-judisch-fr

Próximo ao número 2000 da Lillooet Road, há pouco mais de 10 quilômetros do centro de Vancouver encontra-se o North Vancouver Cemetery que desde 1893 se tornou a última morada de muitos dos cidadãos de Vancouver.

Lugar de paz e serenidade, o Cemitério vem recebendo um número cada vez maior de visitantes um tanto quanto “peculiares”, os góticos, que desde os anos 70 e 80 (com a disseminação mundial desta então recém criada “tribo”) passaram a procurar refúgios noturnos onde possam se reunir em paz, como igrejas abandonadas, parques pouco freqüentados e, logicamente, cemitérios.

Todavia, parece que nem mesmo no “lar dos mortos” estas pessoas estão conseguindo obter a “paz” que tanto procuram. Nós últimos anos alguns deles têm sumido misteriosamente no meio da noite. Dado o comportamento arredio e imprevisível de seus membros, os demais não encontraram motivos para comunicar os desaparecimentos para a polícia já que não é raro que góticos migrem para novos territórios onde podem formar novas “tribos”.

Apesar de não chamarem atenção da sociedade para estes desaparecimentos, não são poucos os góticos que notaram que eles começaram após a chegada de seu atual “líder” na cidade: William Shaw, um homem de feições clássicas, pele alva e voz aveludada que com suas palavras profundas como o tempo hipnotiza seus seguidores e os guia por onde quer.

Ultimamente alguns membros de fora estão engrossando as fileiras dos góticos de Vancouver... homens e mulheres estranhos advindos de vários lugares do mundo, que ajudam o líder William a “instruir” os demais membros do grupo. Sob o comando de William os góticos têm aprendido muito, especialmente sobre história, uma matéria que o líder parece conhecer profundamente, dando tantos detalhes que parece ter sido uma testemunha viva destes dias há muito idos.

Assim como os góticos, o Cemitério também atrai um certo número de mendigos que procuram um lugar tranqüilo para dormirem sem perturbações, alguns drogados que buscam um lugar isolado onde possam consumir seus entorpecentes e também alguns místicos que buscam no lugar alguns ingredientes que só podem ser obtidos ali, ou para realizarem alguns de seus rituais e poções.

Seja como for, há duas realidades bem distintas no Cemitério... uma que se passa durante o dia quando algumas pessoas vêm dizer adeus a seus entes queridos, ou para visitar seus túmulos para limpeza e decoração, a segunda durante a noite quando o sol se põe e os “noturnos” aparecem, e não só eles...

Muitos segredos se escondem por trás (e abaixo) das tumbas do Cemitério, alguns permanecerão ocultos para todo o sempre, mas outros serão revelados e quando o forem muitos desejarão terem permanecidos na ignorância. Especialmente os que presenciarem ou investigarem os segredos das criptas dos cidadãos mais influentes de Vancouver.

Durante o dia todos que entram, saem. Durante a noite, nem todos que entram, saem...
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Mensagem por William Shaw Qui Ago 22, 2013 10:58 am

O ocaso já havia passado há algum tempo. As pequenas vielas logo foram se esvaziando de seus visitantes até que somente o som de pássaros e grilos podia ser ouvido através da mortalha da noite que envolvia toda a cidade. E alí, sentando sobre uma laje fria de granito o homem alto e de feições clássicas continuava falando aos seus ouvintes.

-... e é por isso que a morte é apenas uma parte de um círculo perfeito. Uma transformação. – ele dizia, com os olhos de todos os jovens voltados em sua direção, bebendo de suas palavras

- Nós somos uma metamorfose constante, e é através desta metamorfose que nós alcançamos a imortalidade.

- Mas mestre... se alcançamos a imortalidade, como podemos morrer? – questionou um de seus seguidores, um jovem que trajava roupas completamente pretas, sem nenhum traço de outra cor que fosse, assim como a maioria dos alí presentes.

- Podemos morrer... porque a morte não é o fim da existência. – explica ele, voltando olhos apaziguadores na direção do garoto.

- Vejam aquela árvore. – diz ele, indicando um imenso carvalho que se erguia no topo de uma inclinação próxima.

- Alta, frondosa... antiga. Suas raízes penetram fundo no solo e bebem das águas da chuva que nele penetram. A mesma água que se infiltra na própria pedra, umedecendo-a, até transpô-la... ao fazer isso, eventualmente ela encontra novamente o solo, mas aqui onde estamos, antes disso é provável que ela molhe também os restos mortais dos que aqui estão.

- Parte destes restos também são absorvidos pela árvore, junto com a água, porque somos todos seres carbonados, somos baseados em carbono. Dessa forma, ínfimas partículas do nosso ser passa a habitar na árvore.

- Quando ela é cortada, parte de nós se vai com ela, quando é usada para assar um alimento, parte de nós se torna o alimento, e quando esse alimento é ingerido por outros homens, parte de nós se torna outros homens.

- Sob esta perspectiva, nós carregamos um mundo dentro de nós. Uma simbiose perfeita e eterna em um ciclo eterno de transformações. Por isso não odeiem seus semelhantes, porque vocês sabem desta verdade, que seja amanhã ou daqui a muitos anos, você será um com a ajuda dele, e os dois serão parte de algo maior, até que sejam transformados novamente em vida, uma vida que não existiria sem a participação dele, ou sua.


- Isso é triste. – observa uma jovem, com ar desamparado.

- E por que você acha isso, Filha?

– É triste que uma forma gloriosa como a nossa... inteligente, consciente, reativa, tenha que passar por tantos estágios de passividade, sem podermos nos expressar.

- Não vejo porquê. – responde ele, com paciência e gentileza

- A nossa vida é linda, mas as outras transformações também o são. Todas elas são parte de um mesmo processo. É como um rio que deve ser considerado como um todo, as corredeiras, cascatas as calmarias, são partes de um todo.

- Amar apenas ao que somos agora limita a criatura. A natureza é linda assim, como é. Devemos ter um modo de amar a cada estação e de compreendê-la. As folhas caem no verão desnudando a natureza para que a neve a vista de branco logo depois e em seguida, o renascimento na primavera. Tudo é lindo em nossa existência... feio pode ser o modo como encaramos.  

- Siga o fluxo natural da vida e compreenderá muito mais sobre a sua natureza interior. O homem é o reflexo disso. O homem é o reflexo da vida, espelhe a vida e dentro de você sempre primavera.
– e com aquelas palavras ele despediu-se dos jovens, voltando a vagar sozinho pelas calçadas do cemitério. O céu estava limpo e estrelado, lufadas de vento balançavam as copas das árvores, e por alguns instantes ele desejou poder respirar novamente, para sentir o ar molhado da madrugada em suas narinas e pulmões.

Até que, sem aviso, uma imensa energia se faz sentir, fazendo-o cambalear até perder o equilíbrio, tendo que apoiar-se sobre duas lápides para não ir ao chão.

Os olhos arregalados, assustados, refletiam seus pensamentos conturbados: O Olho da Eternidade chegou em Vancouver...
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Mensagem por Eileen Rostova Dom Set 01, 2013 9:12 am

North Vancouver Cemetery Normal_006_zps80d9d5d1North Vancouver Cemetery Taylor-swift-160x100_5376136800138060537North Vancouver Cemetery 008_zpsb80ff85a

"[...] conforme a maneira de inquietante estranheza daquele que retorna do além, que ao mesmo tempo está fora da morte e fora da vida,..."

_ Por que esses olhos arregalados, imortal? - falei para a figura de feições clássicas e pálida que caminhava pelas ruas não nomeadas daquele lugar reservado à memória dos vivos...

Estava a uma distância até segura, afinal, não era burra o suficiente para me aproximar tanto de uma criatura que poderia guardar um bocado de raiva contra a minha raça. Havia chegado há algumas noites em Vancouver. O clima aqui se aproxima, em certos períodos, ao qual estou acostumada - minha bela Rússia, com suas paisagens cálidas e cheias de histórias.

Confesso que já vaguei por muitos lugares durante esta minha não-vida. Alguns agradáveis, outros nem tanto. A vida de um imortal não é essa maravilha toda, principalmente quando, na juventude sanguinária, deixa-se sua besta falar mais alto que sua concepção de obediência a algumas pequenas e valiosas regras. Para meu mestre eu era apenas uma jovem rebelde, que gostava do prazer do desafio, da caçada, do impor minha vontade. Mas quando se é tirada de uma vida e jogada a outra da maneira que fui, nem sempre tudo se resume a rebeldia. Que descanse na não-paz, meu querido mestre.

Mas também assumo que não sou uma imortal angelical, não, longe de mim. Posso ter um rostinho inocente, mas não se engane comigo. Já vivi suficiente para descobrir que dar uma de Santa Tereza não é e nunca será minha praia. Entretanto, um rostinho bonito sempre é importante para propósitos maiores.

Apoio-me em uma lápide, nunca deixando de olhar o outro imortal nos olhos. Olhos, por sinal, bonitos e profundos, daquele tipo que conseguem enxergar muito além do que outros e que, talvez consigam ver até mesmo uma alma inexistente em alguns... Sorrio para ele, como que dizendo que eu estava ali em uma missão de paz. Talvez possa convencê-lo de que sou uma boa menina à procura de um direcionamento na não-vida! "Bullshit"!!!

Desde minha chegada a Vancouver venho preparando esse encontro. As informações que colhi me dava que ali era com sua casa. Eu certamente ficaria furiosa por algum desconhecido invadir minha casa, principalmente sem ser convidado, mas isso é um traço particular da minha raça. Entretanto, não esperei que ele fosse se desequilibrar frente à minha presença. *sim, eu sou superconvencida* Pelo que tinha apreendido na noite, aquele era um imortal um tanto quanto incomum. Não parecia deixar sua besta reinar e tinha uma espécie de seguidores, aprendizes, discípulos. Se fossem doze, com certeza, eu já via o final da história...

_ Minha presença o incomoda? - pergunto, por fim, não de forma altiva, nem grosseira ou irônica. Por alguns instantes, aquelas palavras revelam-me na minha intenção ali. Apenas para encontrar e conversar com um igual, sobre assuntos não discutidos por muitos.
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Mensagem por William Shaw Qui Set 05, 2013 8:50 am

O fino tecido da realidade se torce diante de seus olhos, imagens do passado e vislumbres do futuro rodopiam diante dele, e por uma fração de instantes o terror toma de assalto aquela que talvez seja a criatura mais poderosa que ainda caminha sobre o mundo. O Inconnu tenta buscar dentro de si pela paz e serenidade que alcançou após o Suspiro, mas mesmo elas lhe fogem assustadas frente aos terríveis acontecimentos que se aproximam.
 
Então algo acontece... um par de olhos, azuis como o mar profundo , surge de dentro de suas visões, tomando conta delas, trespassando-as, agigantando-se, até tomarem todo o seu campo de visão. Cabelos loiros como fios de ouro emoldurando um rosto de proporções perfeitas, com uma boca carmesim movendo-se, formando palavras, fazendo-o dar-se conta de que está diante de alguém e não de uma simples visão.
 
Ele já havia visto este tipo de perfeição carnal antes, poucas vezes é verdade, mas o suficiente para não precisar de sua audição aguçada para saber que estava diante de alguém cujo coração batia tanto quanto o daqueles que descansavam sob as lajes frias do cemitério. Uma Tzimisce.
 
Alguns a teriam atacado naquele mesmo instante, outros mais sensatos teriam fugido dalí. William apenas permanece onde está, fitando-a. Ele mesmo já foi um dia membro de um clã rotulado como terrível e poderoso, um Ventrue, mas sua condição atual ultrapassou a frágil imagem que um rótulo pode suscitar. Sentia a malignidade pulsando daquela figura exuberante, mas não a temia. Em verdade, poucas coisas atualmente eram capazes de lhe causar temor, e a última delas veio na forma de visões de um objeto e não de uma obra de arte que nem mesmo as mãos dos maiores mestres seriam capazes de conceber.
 
- Perdoe-me por isso, senhorita. – diz ele, esfregando a testa com a mão, afastando os últimos resquícios das imagens que tomaram sua mente segundos atrás.
 
- Estou desacostumado a receber visitas de outros imortais. A convidaria para conversarmos em um local mais privado, mas que outro lugar combinaria tanto com sua beleza quanto aqui, onde as estrelas brilham mais forte?
 
- Por favor... me acompanhe.
– diz ele, voltando a caminhar pelo cemitério, acompanhado por Eileen.
 
- Agora... a que devo o prazer desta visita inusitada? – pergunta ele, perdendo-se naqueles olhos azuis.
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Mensagem por Eileen Rostova Seg Set 09, 2013 10:28 am


North Vancouver Cemetery Taylor_Swift_icon_4_by_Faded_Picture North Vancouver Cemetery Taylor_Swift_icon_1_by_kizisita North Vancouver Cemetery Icon__taylor_swift__1_by_bgsiconsswag-d5h1uh7

"imortalidade supõe, não a ignorância da morte, mas, pelo contrário, o reconhecimento dela como um fato."

Alguns pensariam que eu provavelmente perdi o juízo, mas eu trago comigo uma frase muito sábia de meu pai: "Eileen, querida, não podemos perder o que não temos". E realmente, ele sempre tem razão. Não posso perder o que não tenho, por isso estou aqui, para achá-lo. A princípio achei que ele não ficou muito contente com minha presença em sua "casa", mas suspirei um pouco aliviada pela segunda recepção que o imortal me forneceu, agora com palavras, claro. Confesso que não estou muito à vontade com a ideia de uma possível batalha com ele, principalmente sabendo o que sei sobre ele...

"Não muito" - lembro-me mentalmente. Minhas investigações não me levaram a nada mais que algumas lendas e outras histórias, mas eu precisava vir, ver e ouvir e então conseguir minhas próprias conclusões.

_ Certamente, não há tantos, assim como não há um que lhe caia tão bem - devolvo seu galanteio, com um sorriso sincero, mesmo crendo que ele não vá reconhecer, afinal, a maioria só olha a casca, quase nunca o conteúdo...

_ Excelente local para ver as estrelas - comento, olhando pra o cobertor sobre nós _ Quando se gosta, claro- volto meus olhos para os dele. Caminhamos com tranquilidade, como se estivéssemos em um passeio em um campo florido, apenas apreciando a paisagem e o suave perfume da terra molhada.

_ Curiosidade, caro Shaw! - respondo-o em sua última pergunta, parando entre dois túmulos muito interessante. Lembro-me do meu... tinha um anjo ao lado e dizeres tão belos quanto esta noite estrelada e límpida. "Uma pena que não pude aproveitar o espaço e servir de alimento para a terra" - rio com o pensamento mórbido.

_ Ou o prazer de poder conversar com alguém que sabe de muitas coisas e guarda muitos segredos - falei banalmente, como se não quisesse nada de especial. - E antes que me pergunte, não quero me converter a um "vegetarianismo" ou mesmo entrar para o rebanho de um "pastor"... Prefiro caçá-lo. - meu tom é irônico e divertido. Creio que, mesmo com tantos anos, ele não perdeu seu senso de humor!

_ Bem, dizem as lendas que nada escapa a seus olhos, senhor Shaw e que, como irmão do príncipe, tem uma relação conturbada com a família. Mas são só boatos que ouvir por aqui e ali. Prefiro não acreditar muito nessas coisas. Sempre há a tendência de se aumentar demais para satisfazer ao público. - continuo com minha fala, sempre lhe ofertando espaço para que fale também. Apesar de ser perfeita e maravilhosa, sei ouvir também...
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Mensagem por Eileen Rostova Sex Set 13, 2013 11:14 pm

A parte da dieta vegetariana conseguiu desenhar um sorriso sincero no rosto do Inconnu. O vegetarianismo para os vampiros consistia em consumir o sangue de animais em lugar do humano. E de fato, William preferia este tipo de alimentação, mas não a praticava com exclusividade, já que vez ou outra ele ainda consumia sangue humano para manter afastada a natureza da Besta.

Alguns vampiros já vieram até ele antes, a maioria na tentativa de forjar aliança com uma criatura que poderia dizimar a cidade com um aceno de mãos, outros para conseguir seus favores e uns poucos para tentarem convencê-lo a lhes ensinar sobre o Suspiro... era difícil dizer qual dos grupos amargava o pior fracasso.

Tendo em vista que estas eram as naturezas constantes das visitas que recebia dos demais vampiros, era natural que ficasse intrigado quando uma recém chegada o abordasse acerca de sua relação familiar com o irmão gêmeo que ocupava o cargo de Príncipe Vampiro de Vancouver.

- Lendas são basicamente formadas por um fundo de verdade e toda uma estrutura de imaginação, e no entanto, aqui estamos nós... dois seres que caminham, apesar de nenhum respirar, ou ter um coração pulsante. – responde ele, sem negar ou consentir com a colocação dela acerca de sua capacidade visionária.

- Sobre meu relacionamento com Edward, eu diria que “conturbada” é uma definição pobre demais para descrevê-la, mas na falta de um substantivo melhor... – continua ele

- Agora, antes de continuarmos, seria uma descortesia de minha parte não preveni-la de que posso ver o que se passa em sua mente, por isso não precisa tentar moldar suas falas ao que julga ser capaz de me levar a concordar com suas intenções.

- Em vez disso, por que não me fala francamente qual é o propósito de sua visita em meu Domínio? Assim ambos poderemos continuar a conversa de forma mais produtiva, Srta. Rostova.
– conclui ele, citando propositalmente o nome que ela não havia proferido até alí.


Apesar do ar descontraído secundário de nossa, conversa, estava um pouco tensa além do normal com o Inconnu. Por isso, sorri para ele também quando a piada vegetariana foi bem aceita. Ela ajudava bastante em alguns casos. A confiança fazia-se presente novamente em meu ser, o que era muito bom dada todas as informações que eu consegui sobre ele. Não muitas, mas suficiente para saber que aquela era uma criatura poderosa.

_ Sim, um coração- repeti, um pouco perdida naquela palavra. Estava com saudades de ter um coração? Não. Não me agradava ir a cinemas para ver o nascer do sol. Aliás, isso me dava cocheira. Porém, ele não havia negado ou confirmado minhas palavras, o que era um pouco frustrante por um lado, e esperado por outro.

Mas lendas tinham um quê de verdade, em algum lugar, perdido entre tantas fantasias e outros mistérios criados para assustar criancinhas a noite. Lendas que se tornavam mitos, que ao contrário do que pensavam não era inverdades, não, antes, os mitos ditam comportamentos, designando uma história verdadeira, de caráter sagrado e significativo. Entretanto, muitos preferiam o lado fácil da coisa.

Ele continuou sua conversa, alertando-me para sua capacidade, pronunciando meu sobrenome, o que me fez sorri e mostrar-lhe os dentes de forma carinhosa. Não era um desafio, eu simplesmente estava encantada com sua sutileza. Há muito tempo não conversava com tanta tranquilidade com um de minha espécie. Era até reconfortante.

_ Então, suponho que vá me poupar de lhe contar todos os detalhes que, caso esteja enganada, já saiba.- falei, olhando-o com serenidade. Nunca minha besta esteve tão tranquila, e isso era algo raro de acontecer no último século. Mas eu não me arrependo do que fiz. Faria mil vezes se fosse possível. O único problema era esse pequeno efeito colateral que não havia previsto.

Mas não seria mais subjugada por ninguém. Ele havia pagado por seus crimes. Havia pagado por tudo o que me fizera. E agora eu era uma quase "livre" vampira. Ainda estava tentando ajeitar essa liberdade. Por isso estava ali. Sair da minha amada Rússia tinha seu preço, o que não me deixava ter uma pós-morte tranquila, com quebras de máscaras à vontade, deixando minha besta falar por mim na maioria das vezes.

_ Não me incomodo com a marca, Shaw. Pelo contrário, acho que ela combina com meu tom de pele - falei _ Porém, preciso de ajuda para trabalhar melhor esse efeito colateral


Haviam mais detalhes envolvendo o Amaranto do que a maioria dos cainitas podia supor. Sua prática era tida como um dos poucos tabus que ainda imperavam em seres com as almas amaldiçoadas e eram poucos os que se atreviam a praticá-lo, não só pela pena da Morte Final para aqueles que fossem capazes de um feito tão hediondo contra a própria espécie, mas também pelo mesmo fim que era reservado para aqueles que fossem malfadados em suas tentativas. Claro que haviam algumas exceções, como a representada pelo Clã Assamita, partidário público da Diablerie, e talvez por isso mesmo um dos poucos que sabiam bem sobre alguns dos efeitos colaterais deste ritual macabro.

Elieen Rostova canibalizou seu mestre, e agora experimentava uma das piores consequências do Amaranto, além do poder de seu Senhor, sua mente agora também era dominada periodicamente pela essência dele tornando-a nada mais do que um fantoche na mão de seu póstumo Senhor. Imagine o terror que é estar preso a um corpo habitado pelo espírito do homem que você assassinou, some a isso a maldade que só um maldito pode ter, e acrescente o fator da imortalidade... uma equação cujo resultado era fracamente traduzido como terrível.

O vampiro a observa em silencio por alguns instantes, até se pronunciar.

- Toda ação leva a uma reação, Srta. Rostova... você fez algo considerado horrível até mesmo para os padrões dos imortais, e está arcando agora com a consequência. – começa ele a responder

- Eu posso livrá-la deste problema, mas o que você fez gerou um ferimento em sua alma, algo que raramente acontece é verdade, mas que mesmo assim aconteceu a você. Este é um tipo de ferida que só será cicatrizada quando você se arrepender do ato cometido e tirar sua própria vida para pagar a vida que você mesma tirou. A Morte cobra pela Vida.

- Levando em consideração que você não esteja inclinada a arcar com esta primeira solução, só o que resta é substituir um problema por outro... veja, há agora dentro de você duas almas, mescladas... a sua, e a de seu Senhor. Não posso remover uma sem causar dano a outra.

- Se eu fizer isso, você deixará de ser assombrada, mas sua alma vampírica, ou sua Besta, como preferir, também a abandonará... você voltará a ser uma mortal, sujeita a todas as agruras da carne, até que consuma sangue vampírico novamente, quando então restituirá sua condição de cainita.

- A Morte cobra pela Vida.
– explica ele calmamente.

_ Não me arrependo, William, isso é verdade, em especial porque ele mereceu cada segundo daquele sofrimento. Mas não era minha intenção cometer um Amaranto. Apenas aconteceu. - falei para ele. A primeira alternativa que ele me deu eu já havia descoberto quando senti minha perda momentânea de comando.

_ Mas há então outra solução. - falei, com um pouco de surpresa na voz _ Receio que a segunda opção não seja tão agradável e simples de ser executada, não é? - perguntei, com uma sobrancelha erguida.

_ Creio que minha visita não me deixou desapontada, William. Você tem meu respeito, Imortal, assim como minha palavra de que apesar de trazer essa fenda em mim, não sou uma degenerada. - por algum motivo, não sei qual, eu senti necessidade de dizer ao imortal ali na minha frente que eu não era tão ruim quanto poderiam pintar.

_ Sei que você poderá compreender meus pensamentos, mas, como você disse antes, falemos claramente. Conseguindo executar a segunda opção, você me concederia seu sangue, William? - fiz a pergunta a ele. Talvez ele não aceitasse, mas esperava que ele pudesse ver, mesmo por baixo de todas as manchas que eu trazia.


A astúcia da vampira pegou-o momentaneamente de surpresa, não por não julgá-la astuta, mas pelo fato dele próprio não ter lembrado de que continua sendo invariavelmente um vampiro, apesar do Suspiro. Porém, não um vampiro normal...

- Você desempenha um papel na sociedade dos cainitas, Srta. Rostova... um papel escrito pela Jyhad, algo que eu transcendi já faz muito tempo.

- Quando se tornar humana e beber sangue vampírico, voltará a ser uma vampira, e voltará a ser um peão dentro deste jogo que cobrirá o mundo de trevas e sangue, e isto é algo que eu não posso incentivar.

- Uma vez por mês você se tornará humana, e ficará assim, até beber novamente sangue vampírico... você aceita esta condição, Eileen Rostova?
– pergunta ele enfim.

_ Não é a melhor das opções, mas na minha situação, o que posso fazer? Entretanto, fico desgostosa de você não me conceder seu sangue. - conclui a última frase com um pouco de manha e uma pontinha de tristeza.

_______________________________
[OFF] Post realizado em conjunto pelos players dos personagens envolvidos.
A partir desse momento Eileen uma vez por mês torna-se humana, voltando a ser vampira apenas quando consumir sangue de seu semelhante, seja qual clã pertencente. Assim que consumir o sangue, volta à sua normalidade vampírica (Tzimisce, Ancillae)

Legenda: narração William
_Falas de William
Narração Eileen
_ Falas de Eileen
Eileen Rostova
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Mensagem por Santino Soprano Seg Fev 17, 2014 10:37 pm

Eu sou um sgarrista ( um homem feito, um verdadeiro soldado), Claro, que deve existe um contrato sobre a minha vida em New York. Sem prazo de validade, talvez uns $50.000 e aumentando cada ano. Nunca foi concluído ninguém chegou, até agora, perto o bastante. Por que não? Bem, por um motivo, eu não sou estúpido tomo precauções para me manter seguro. Outro, tenho amigos de quem nem mesmo sei. E estes amigos se asseguram de que, de uma forma ou de outra, eu seja um cara de sorte.

Mas como que um sgarrista (soldado) possui essa ajuda, bem, cada coisa de uma vez. Ser membro da máfia, é ser membro de uma família, quando se passa pelo ritual de iniciação o aspirante é informado, que lá entrou com os próprios pés e quando sair será num caixão. Muitos desejam entrar para essa sociedade, entretanto, nem todos tem os requisitos necessários para tal e o principal é a fidelidade. Mas por quê? Porra! A resposta é clara, homens da família se defendem, mas nessas últimas noites, isto tem ficado cada vez mais raro, traições tem sido constante. Maledetos tem feito acordo com o FBI para fazer uma delação premiada.

A omerta nos ensina, que nós fazemos a nossa justiça, não se deve procurar a polícia, a justiça ou o Estado, pois nós resolvemos nossos problemas e isso significa, que apesar dos problemas existente entre os dons, todos devem manter a maldita boca fechada. Bem, eu encontrei um traídor, meu próprio capo, tinha traido a família e tinha feito um acordo com o FBI, ele teve que ser apagado e com ele foram dois agentes, não preciso dizer, que minha permanência nos EUA não era mais possível.

As vezes alguém resolve vir atrás da recompensa, levar-me vivo ou morto no melhor estilo "Oeste Selvagem", mas o destino deles tem sido uma cova como indigente no cemitério desta cidade acolhedora, a final sei usar minhas pistolas.

A família a qual sirvo já a muito tempo tem espaço nessa cidade e outras do Canadá. Enfim, a pedido do meu atual capo, vim pagar os coveiros pela ajuda e descrição, pelo visto a comercialização de jazidos dá dinheiro. Políticos, coveiros, policiais, prostitutas a lista de funcionários é bem grande. 
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Mensagem por Gaspar Motierre Qui Mar 13, 2014 5:56 pm

Sammael com uma voz calma encara o rapaz e diz. – Deuses não existem, são os humanos que deram esse rótulo para as criaturas que não conheciam. Ele dá um sorriso por trás da máscara. – A sua alma é interessante. Disse ele olhando para a mulher.     

Ainda olhando para a mulher ele responde o rapaz. – Não estamos longe de onde vim, me segue. Diz isso penetrando a mulher com seu olhar. - Você fez um grande sacrifício para ter isso não é? 

Ele pergunta para a mulher mesmo sabendo que talvez ela não entendesse sua pergunta. Então ele se vira e começa a caminhar pela trilha até encontrar a caminhonete e a moto do corvo, para sua sorte encontrou também a adaga no meio do caminho.

Ele olha para o rapaz lhe entregando adaga. – Você vai precisar disso, coisas estão para acontecer... Cuidado guerreiro noturno. Ele caminha um pouco mais se aproximando da caminhonete. – Esse carro é seu também, só tome cuidado a polícia local, devem estar procurando por ele. A chave já está no carro.

Então ele olha nos olhos da mulher. – Cuide bem do que você tomou para si, pequena menina. Ele passa a mão no cabelo dela e da uma risada. – Até breve. Disse ele olhando para os dois. 

O Rapaz ficou estranhamente sorridente. Sammael então caminha até a moto, monta e acelera se distanciando, tomando o rumo para a rodovia. – Trabalho concluído. Sussurrou ele.

Aquela energia negativa começa a atrapalhar sua concentração no corpo de Gaspar. Ele passa perto da cafetaria e estaciona. – Argg. Esbraveja olhando para o ferimento. Sua voz começa a modificar, um dos sinais que a primeira barreia começa a se quebrar. 

Caminhando no meio da rua, esbarrando nas "pessoas" a luz da cidade começa a irritá-lo. Em sua caminhada ele presencia um assalto, o criminoso violentando uma mulher. Sammael caminha até o rapaz e lhe aplica uma chave de braço em seguida.

Assim que o corpo do homem cai no chão a mulher o agradece com um sorriso no rosto. Sammael Olha brevemente para ela sem disser nada, em seguida segura seu pescoço e o quebra. Não tinha ninguém na rua naquela hora da noite. Arrastou os dois corpos até o final do beco. 

A mulher ele a coloca no contêiner de lixo. O com o criminoso ainda no chão, ele pega um a vassoura que encontrou no lixo e a quebra pisando em seu cabo que forma uma ponta, uma risada abafada se faz presente por detrás da máscara então penetra o cabo pontiagudo na boca do rapaz que o atravessa a garganta.

Depois ele tira o cabo da boca do homem e caminha até o contêiner jogando o pedaço de madeira dentro. Retira sua máscara vestindo-a no homem. – Aqui planto uma semente, nascerá insana e cruel. Ele completa a frase amarrando a máscara no rapaz. 

Deixa o corpo sentando no chão e se distancia no beco caminhando pelas ruas até chegar ao cemitério. Pôde observar alguns góticos bêbados e outros transando em um solo sagrado. 

Se aproxime do necrotério que estava fechado, portanto ele quebra a janela para que pudesse entrar.  
 
- Caminhando entre os mortos. Sussurrou e riu. Ele se medica e limpa as feridas, cobrindo as com gaze e remédio para cicatrizar mais rápido. – Pronto. Ele caminha até a janela e a pula.

Alguns passos a mais, ele chega até um mausoléu de uma família rica, a porta já estava aberta, o que lhe poupara o esforço. Adentra e encontra dois adolescentes trasando. – Sai fora. Disse o rapaz rindo. – Ele gosta de ver. Diz a menina. Sammael respira fundo. – Se vocês não saírem agora, não saíram mais. 

Os dois adolescentes saem do mausoléu enquanto Sammael rindo fecha a porta. Deitando no chão ele fecha os olhos, era hora de descansar seus ossos, não demorou muito para que caísse no sono.


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Mensagem por Adam Parker Seg Set 15, 2014 5:33 pm

Estava encostado em seu carro, enquanto observava o prédio em frente, através de seus óculos escuros. Contudo, não estava focado apenas pela construção. Toda a movimentação no entorno também lhe atraia a atenção. Talvez milhares de pessoas passassem pelo lugar todos os dias, e na medida em que a noite se aproximava, o movimento aparentava dobrar. Uma situação nada surpreendente se considerasse o fato de estar no centro de Vancouver. Mas ainda assim tudo aquilo lhe enchia os olhos. Além disso, já havia entrado naquele prédio uma vez. Possuía o típico apartamento pequeno sempre presente no centro das grandes cidades, onde um cômodo correspondia ao lugar inteiro. Mesmo assim, ele pensava e até economizava a tempos querendo aquele lugar. Porém ainda havia impedimentos.

Dessa forma, não lhe restou outra escolha. E com uma última baforada de fumaça e vapor, que embaçavam o ar e a imagem a sua frente, ele decidiu seguir. Jogou seu cigarro no chão, entrou no carro, ligou o aquecedor e prosseguiu com a viagem. Permaneceu atento durante todo o percurso, sempre usando de seus retrovisores para observar muito além do simples trânsito. Porém, sua necessidade de atenção não demorou muito mais, e logo havia alcançado seu destino, um pequeno escritório de contabilidade em North Vancouver.

Descendo com uma grande caixa, ele entrou e percorreu o pequeno escritório até uma das duas salas nos fundos. Em uma destas, um magro e pálido homem o esperava. Com um ar questionador, Garret e seus característicos olhos fundos o receberam, sendo prontamente respondido por Adam Parker, apesar deste não ter sido diretamente perguntado - Trouxe o que me pediu - Ao receber caixote de suas mãos, o outro homem ainda esperou como se desejasse uma segunda reposta, que veio através de um aceno com a cabeça. Só então o contabilista puxou um curto sorriso - Minha filha vai adorar a encomenda. Espero que não tenha sido problemático. Quanto ao resto, os livros já estão todos prontos na outra sala à sua espera. Inclusive o último volume chegou hoje cedo. Mas se lembre de terminar tudo essa semana, desta vez. Sabe como “ele” é impaciente nesses assuntos - O pálido homem sempre foi um sujeito de gestos afáveis, mas de intenções pouco confiáveis.

- Impaciente até demais - Respondeu Adam, levando um de seus cigarros à boca, e soltando a fumaça em seguida - Mas você sabe. Quando o pagamento é bom, eu até entrego no mesmo dia. Só que fica difícil se a grana não chega com o mesmo ritmo da papelada. Isso dificulta um bocado todo o processo - Não falava necessariamente para Garret. Mas aquilo certamente chegaria aos ouvidos de quem interessava. E a cara pálida a sua frente não trazia qualquer desconfiança quanto a isso - E Garret, você também não me entregou o prometido até agora - O rapaz acabou por se sentar em uma das cadeiras nada confortáveis do lugar - Fica difícil, desse jeito.

Já o contador apenas sorria em reposta aquilo - Oras, relaxe meu rapaz, você anda muito nervoso. Muito trabalho. Já lhe disse que chegara a suas mãos logo, só estou esperando resolver nosso pequeno problema - Batia na embalagem de papelão a cada palavra - Não vai demorar muito mais. Enquanto isso, se quiser aquele apoio é só pedir - O homem abria uma das gavetas na medida em que falava - Sabe que isso ajuda demais, eu até já lhe disse. Não sei como alguém pode trabalhar com uma coisa, e simplesmente ignora-la - O pacote que ele retirava era certamente recém-embalado, já que quantidade de pó branco ia até quase em cima - Um pouco e você vai ficar alerta, além de trabalhar melhor. E ainda por cima vai se esquecer dos problemas. Ficar pensando em como tudo demora só dificulta as coisas. Estou lhe dizendo.

Parker conhecia toda aquela lábia há muito tempo. Sempre soube bem aonde aquele tipo de conversa acabava - Tô de boa, e você sabe que não uso. A nicotina já faz o serviço e sobre. Além do que, certas coisas eu escolho não esquecer - Então ele se levantou, e olhou uma última vez - Estarei esperando, e "meus" clientes também - E assim saia da sala, enquanto era observado pelo contador, que fazia pequenas fileiras de pó sobre a mesa. Não restava nenhuma outra opção para o cara de West Vancouver, além de continuar e simplesmente trabalhar. E foi o que o fez.

Entrando em uma segunda sala, Adam deu de cara com os velhos cadernos do século XVII lhe esperando. Diários antigos, escritos por Lord Byron, segundo haviam mencionado. Trabalhos tanto inestimáveis para seu chefe, quanto descartáveis para os especialistas em geral, os quais consideravam os volumes falsos ou até mesmo fraudes. Restando assim para Adam o dever de traduzir e em consequência ajudar na autenticação de cada uma das obras. Um comércio de especulação artístico-histórico vantajoso para seu chefe. No entanto, também havia um algo a mais ali.

Junto aos volumes, existia uma velha encadernação em branco. Ou ao menos uma encadernação que aparentava ser antiga. E afrente ainda existia pena e tinteiro, grudados em um dos enfeites da sala. Ou que ao menos aparentavam estar grudados, pois ele os retirava diariamente com o fim de passar a limpo livro por livro, contabilidade por contabilidade. Tinha de traduzir tudo para uma língua antiga ou código, e posteriormente guardar e repassar cada caderno ou livro, junto aos seus antigos volumes idênticos. Um trabalho extra, de fato, mas era nele aonde conseguia o verdadeiro dinheiro. E era justamente nisso que perderia a maior parte de sua madrugada de trabalho.
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Mensagem por Ammy Wather Qui Fev 12, 2015 10:57 am

Ammy sentia um vazio, um vazio em sua vida, não era falta de alguém, nem a falta de Deus, conseguia as coisas que queria. Ela tinha saudades de sua família, que por infelicidade foi dizimada por aquele homem, jurou por vingança. A cada dia sente que está deixando isso mais para trás, mas não consegue esquecer, ainda acorda algumas vezes no meio da noite, em um pulo, lembrando do dia em que aconteceu aquela chacina. Sente dores e precisa de remédios fortes para aguentar, são poucos esses dias que precisa recorrer a medicina, normalmente ela aguenta a dor que acaba passando por si.

As horas, os dias, as semanas, alguns anos se passaram desde que Ammy tinha saído do hospital e estava sozinha no mundo, aprendendo a viver sem ter uma família, pelo menos não com uma família viva. Uma saudade apertava seu peito, olhando as fotos em cima do móvel, eram uma família feliz. Com um copo de água fresco em sua mão, tomou o remédio para suas dores de cabeça. Logo mais não sentiria dor.

Seu corpo estava anestesiado e o livro era deixado de lado, substituído por um porta-retratos. Pegou a chave da sua porta, e deixou sua casa, pegando um táxi, ainda era dia. Passou em frente da catedral onde não fez o sinal da cruz, não era beata, apenas acreditava em Deus, independendo de religião, achava a igreja uma farsa, por isso não seguia nenhuma religião, fazia seus pedidos em silêncio, humilhando-se de joelhos, mas não para um pastor ou padre.

Comprou algumas flores, deixaria sobre o túmulo. Caminhou pelos corredores do cemitério e abaixou-se colocando uma rosa para sua mãe e outra para seu pai, os olhos cheios de lágrimas e lamúrias eram ditas. Como essa saudade doía, teve que aprender a viver sozinha no mundo, cercada de estranhos apenas. Por isso que naquele instante a pequena Ammy, era assim que seu pai a chamava, sentava na frente dos túmulos e passaria um tempo ali, o tempo que fosse necessário, para aquela dor incomoda, passasse. A tarde passava muito rápido, o sol caindo e dando lugar para uma lua no céu já começando a ficar estrelado.
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